Em meados de 2017, uma amiga atriz me convidou para assistir o Grupão Grotowski, no Instituto do Ator. Logo no primeiro dia, fiquei fascinada pelo espaço e principalmente por Jerzy Grotowski, foi a primeira vez na minha vida que me identifiquei de imediato com uma ideia, foi como se eu descobrisse finalmente minha “tribo”. Tudo, absolutamente tudo o que eu acredito ser o papel da Arte foi verbalizado por Celina Sodré ao citar Jerzy Grotowski. O fascínio e paixão por este grande diretor foram intensos, mergulhei profundamente em tudo o que estava a meu alcance sobre ele, comprava livros, baixava PDFs, entrava numa livraria e ia direto para a seção de Artes Cênicas, não perdia uma quinta de Grupão, …

Nesta vivência toda, fui tendo algumas reflexões sobre a performance musical, e percebi o quanto o teatro, e as artes, podem ser complementares. Principalmente: o quanto uma performance musical pode ser enriquecida com elementos do teatro.

E chegou o momento que percebi que precisava sair da teoria e ir para a prática, já tinham se passado quase dois anos de leituras intensas e idas ao Grupão: estava na hora de atuar. Foi quando, com a cara e a coragem, cheguei para a diretora do Instituto do Ator, Celina Sodré, no final de um Grupão, e comentei que estava com algumas ideias de performances musicais com teatrais, e ela me convidou para participar dos ensaios do grupo de atores das sextas-feiras. Foi pura alegria!

Desde então, participo do grupo das sextas-feiras, sobre a temática russa, a partir de obras de Dostoievski e Tarkovski, com a peça Noite das Russas. E também estou às quartas-feiras no Bar Planetário Bergman, peça já em cartaz há mais de um ano no Instituto do Ator.